por Agostinho Garrido Teixeira de Carvalho
O objetivo deste estudo é avaliar, qualitativamente, o risco dos
principais bancos brasileiros e sua
adequação aos parâmetros estabelecidos pelo Banco Central do Brasil (Bacen) em
face da implementação, no Brasil, do Acordo de Basileia II. Procurou-se,
também, identificar eventuais características que diferenciem as instituições
financeiras controladas pela União das instituições financeiras privadas. Para
tal finalidade foi efetuada uma análise exploratória, com o objetivo de interpretar
os resultados apresentados pelas instituições financeiras no período de
07/2008, correspondente à data em que começaram a vigorar os principais
normativos emitidos pelo Bacen, até 06/2010, data do último balanço semestral
apresentado pelas instituições financeiras à
época do término deste
trabalho. No desenvolvimento do trabalho
foram utilizados os dados referentes ao Patrimônio de Referência (PR),
Patrimônio de Referência Exigido (PRE) e alguns dados financeiros das
instituições pesquisadas, especialmente aqueles relacionados ao risco de crédito
e às Provisões para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD). Os principais
resultados observados indicaram que o Patrimônio Líquido das instituições
controladas pela União vem perdendo representatividade no cálculo do PR.
Observou-se, ainda, que as instituições financeiras pesquisadas, que representam quase 80% do
mercado financeiro brasileiro, apresentam perfil de risco semelhante, com os
fatores de risco de crédito (PEPR) em torno de 90%. Observou-se que o risco de
exposições em ouro, moeda estrangeira e operações sujeitas à variação cambial
(PCAM) foi de 0%, o que indica que a exposição a esse fator de risco teve pouca
relevância e representou menos de 5% do PR das instituições. Foi possível
considerar, com base nos elementos avaliados, que as carteiras de crédito dos
bancos controlados pela União possuem melhor qualidade que as dos bancos
privados pesquisados. Finalmente, com
base nos estudos efetuados, não foram identificadas vulnerabilidades ou pontos
críticos que pudessem afetar a qualidade e liquidez dos bancos, nem
fragilidades que viessem a comprometer a
estabilidade do sistema financeiro brasileiro.
Fonte: http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2054598.PDF
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