por Luiz Antonio Brandalise
O trabalho
pesquisa o lucro das empresas e dá ênfase a uma outra finalidade, além daquelas
já conhecidas. O lucro, como elemento propulsor que movimenta os negócios e a
economia, é a fonte geradora de novos investimentos, bem como pode ser um fator
de distribuição de renda.
As sociedades,
principalmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, clamam por uma
melhor distribuição de renda, visto as disparidades existentes, que geram
diferenças de ganhos entre as pessoas, privilegiando poucos em relação à
maioria. Centrada nessa problemática, Chiara Lubich propõe uma nova forma de
fazer distribuição de renda, com base no lucro das empresas.
Por sua
proposição, faz nascer no Brasil, no ano de 1991, o projeto por ela denominado
de Economia de Comunhão, que tem como sigla EdC. Através deste, convida
empresários a aderirem e tornar prática comum a distribuição de parte de seu
lucro, livremente, como uma forma de contribuir para a distribuição de renda.
Esse projeto tem como centro de toda a atividade a pessoa, o homem; e entre os
seus paradigmas estão: a mudança da finalidade do lucro e a ampliação dos
objetivos das empresas.
Por esse
projeto o lucro passa a ter uma nova finalidade, deixando de ser somente
aumento de riqueza para a empresa e de seus proprietários, tendo como pano de
fundo a mudança da cultura do “ter” para a cultura do “dar”. Os empresários que
aderirem ao projeto são convidados a distribuírem, livremente, parte do lucro a
pessoas necessitadas como uma forma de contribuir para a distribuição de renda,
e parte para investimentos na formação de pessoas, a fim de contribuir para uma
mudança de mentalidade e de cultura.
Inicialmente,
no trabalho, se faz uma remissão à origem e à evolução do lucro, apresentando-se
suas teorias e concepções do ponto de vista do Capitalismo, do Socialismo, do
Cristianismo e da Contabilidade.
Na continuação,
apresenta-se o projeto de Economia de Comunhão – EdC, abordando-se: origem,
objetivos, condições para participar, o seu desenvolvimento nesse período de
tempo e o projeto frente à teoria econômica. No aspecto contábil o trabalho apresenta o tratamento
dado, procurando responder de que forma é efetuado o registro contábil, bem
como aborda se na legislação societária está previsto esse tipo de distribuição
de lucro.
Ainda, deixa
caracterizado que os beneficiários, aqueles a quem parte do lucro foi
destinado, não se confundem com Partes Beneficiárias. São apresentados relatórios
contábeis de empresas que aderiram ao projeto e comparados os seus desempenhos
com empresas de mesmos setores, com a finalidade de demonstrar que, apesar de
doarem parte dos lucros, livremente, na forma preconizada pelo projeto, essas
empresas mantêm-se, atuando no mercado.
Por fim,
conclui-se que o projeto é válido e que, do ponto de vista da economia, poderá
contribuir para gerar distribuição de renda.
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