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15 de junho de 2011

A Contabilidade Gerencial


por Professor Reinaldo Pacheco da Costa

1. INTRODUÇÃO: AS CONTABILIDADES FINANCEIRA, GERENCIAL E DE CUSTOS
Inicialmente, devemos esclarecer as principais nuanças e características dos sistemas de contabilidade, começando pelos aspectos que aproximam e diferenciam a Contabilidade Financeira da Contabilidade Gerencial, e como se aplicam aos casos aqui estudados.

O sistema de contabilidade é um importante sistema de informação às organizações; para HORNGREN (1982), o sistema de contabilidade provê informação com três principais objetivos:

• Relatórios internos para os gestores, para planejar e controlar operações de rotina.
• Relatórios internos para os gestores, para uso em decisões não rotineiras e na formulação dos principais planos e políticas.
• Relatórios para os acionistas, governo e outros interessados externos.

Os três objetivos são importantes tanto para os fins externos quanto para internos, mas a ênfase varia. Para fins externos, os mais importantes pertencem ao terceiro objetivo. Esta área é comumente chamada de Contabilidade Financeira, e é fortemente baseada em princípios de  contabilidade geralmente aceitos.

O termo “princípios de contabilidade geralmente aceitos” é freqüentemente encontrado de forma intensa na literatura especializada, com significados nem sempre concordantes, dependendo do país, do problema, da legislação tributária, etc. No Brasil, há a necessidade de aderência dos cálculos de custos a estes princípios, devido a sua vinculação com a questão tributária das empresas.

Esses princípios na maior parte das vezes, têm sido responsáveis por se “engessar” a contabilidade, dificultando sua aplicabilidade em decisões gerenciais, pela exigência de se ter em conta “princípios” que muitas vezes invalidam o cálculo adequado a um determinado problema.

Por outro lado, os relatórios internos são concentrados nos dois outros objetivos: planejamento e controle gerencial. Esta área é conhecida como Contabilidade Gerencial. A diferenciação entre Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial foi institucionalizada nos EUA desde 1972 pela NAA - National Association of Accountants. HORNGREN (1982).

Onde entra a Contabilidade de Custos? Em sentido amplo, a Contabilidade de Custos também busca atender os três objetivos citados. Entretanto, ao se valorizarem os custos de produtos para fins de cálculo do valor dos estoques e de renda - com algumas salvaguardas -, é possível preencher geralmente ambas as funções, tanto para os fins externos quanto para a gestão interna. Neste sentido, Contabilidade de Custos é Contabilidade Gerencial mais uma parte da Contabilidade Financeira - já que sua função de custeio ajuda também a satisfazer os requisitos externos.

Originalmente a Contabilidade de Custos se referia às formas de acumular e provisionar custos históricos aos produtos e departamentos, primeiramente com o objetivo de valorizar estoques e determinar a renda a ser tributada. Hoje a Contabilidade de Custos confunde-se com a Contabilidade Gerencial porque serve a múltiplos objetivos. Mais fundamentalmente, a Contabilidade de Custos serve para prover informações para toda a sorte de decisões, desde a gestão das operações até a tomada de decisões estratégicas. Como no passado, a Contabilidade de Custos também ajuda a preencher os requisitos legais de acionistas, credores, agências governamentais e outras entidades externas.

ATKINSON (1995) diferencia as características principais da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial da seguinte maneira:

Contabilidade Gerencial: Processo de produzir informações financeiras e operacionais para os empregados e gerentes das organizações. Tal processo deve ser dirigido pelas necessidades de informações de indivíduos internos à organização, e deve guiar suas decisões operacionais e de investimentos.

Contabilidade Financeira: Processo de produzir demonstrativos financeiros para entidades e usuários externos - como acionistas, credores e governo. Este processo é pesadamente restringido por padrões regulatórios oficiais e autoridades fiscais, e por requisitos de auditoria de instituições independentes de contadores.

A tabela a seguir sintetiza os elementos básicos da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial, valendo ressaltar a flexibilidade existente para a segunda:



KAPLAN (1988), em clássico artigo, já havia ressaltado com ênfase a distinção entre as áreas, afirmando que o administrador não deveria se prender a um determinado sistema de custos, mas sim às suas necessidades, que poderiam envolver especificação de mais de um sistema. Na sua opinião três sistemas são demandados pelo gestor e na maior parte das vezes não disponíveis pela insistência em um sistema de informação único, aderente aos “princípios geralmente aceitos de contabilidade”:

• valorização de estoques para fins financeiros e tributários, calculando custos de produtos vendidos e custos dos estoques (função número um da contabilidade tradicional);
• controle operacional - provendo retorno de informações aos gerentes de departamentos e de produção nas questões dos recursos consumidos (trabalho, materiais, energia, overhead, etc.), durante os períodos de operações; e, • medição de custos dos produtos individuais com várias finalidades gerenciais (como as decisões que aqui estamos destacando). Aqui a contabilidade tradicional se mostrou incapaz de atender de modo efetivo.

Repare-se a semelhança desta itemização com a tabela proposta por ATKINSON (1995), mostrada abaixo, para quem “ (...) um sistema de gestão de custos é um sistema de informação que levanta dados operacionais e financeiros, processa-os, armazena-os e gera relatórios para usuários (trabalhadores, gerentes e executivos)”. A tabela abaixo resume as funções da informação contábil gerencial e finaliza a presente seção.


Fonte:
http://www.prd.usp.br/disciplinas/docs/pro2208-2006-Reinaldo/contabilidade%20gerencial%20rpc.pdf

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