por Msc. Ewerson Moraes da Silva,
Msc. Myriam Becho Mota
Desde os
primórdios da humanidade, há aproximadamente 3 mil anos, que a utilização do
dinheiro tem promovido transformações na maneira como os produtos são
distribuídos e na maneira como a sociedade civil se subsidia. De acordo com o
antropólogo cultural Jack Watherford (1999), no mundo já ocorreram três grandes
mutações do dinheiro que ele denominou de gerações.
A primeira geração começou com a
invenção das moedas na Lídia há aproximadamente 3 mil anos e resultou no
primeiro sistema de mercados abertos e livres. A invenção e disseminação das
moedas e o mercado que as acompanharam criaram um sistema cultural totalmente
novo – as civilizações clássicas do Mediterrâneo.
A segunda geração do dinheiro dominou
desde o início da Renascença até a revolução industrial e resultou na criação
do moderno sistema capitalista mundial.
[...] Agora, no início do século XXI,
o mundo está entrando na terceira etapa de sua história monetária – a era do
dinheiro eletrônico e da economia virtual (WATERFORD, 1999, p.12-13 ).
A moeda criou
culturas singulares no mundo ocidental durante a Baixa Idade Média e a Modernidade.
Analisando o período medievo, podemos inferir que, embora a vida econômica da
Idade Média se baseasse principalmente na produção agrícola de subsistência,
não faltaram, nesse período, habilidade técnica, economia de mercado e produção
de excedentes. Isso quer dizer que o sistema feudal não se mostrou incompatível
com o comércio e a indústria1. Ao contrário, desde os primórdios do período medieval,
comerciantes e artesãos asseguraram, ainda que em bases precárias, a produção e
a circulação de bens entre os domínios senhoriais. Essas pessoas habitavam os
burgos, lugares fortificados que impulsionaram a retomada da vida urbana. O
estilo de vida dos burgueses mostrava-se bem diferente daquele que ocorria
dentro dos feudos, e suas atividades estariam entre os fatores responsáveis
pela destruição do próprio sistema feudal.
Em meados do
século XIII, as transformações oriundas da maneira de distribuir os produtos e
da maneira de como a sociedade civil se subsidiava fez com que surgisse um sistema
bancário e de escrituração contábil que são utilizados até hoje. Tais
atividades tiveram início com os Cavaleiros da Ordem dos Templários.
Por volta do
século XI, era a Ordem dos Templários (Ordem Militar dos Cavaleiros do Templo
de Salomão) que administra a maior corporação bancária internacional. Suas propriedades,
verdadeiras fortificações, foram transformadas em locais ideais para depositar
dinheiro e bens de valor. Além disso, os Templários garantiam transporte seguro
para objetos de valor por longas distâncias, efetuavam o câmbio, administravam fundos
e concediam empréstimos aos reis.
A ordem ficou
rica e se expandiu. Tal fato acabou concorrendo para a sua destruição, uma vez
que a cobiça pelo negócio e capital acumulado, fez com que o rei Felipe IV da França,
Felipe O Belo, iniciasse um período de perseguição aos cavaleiros até que estes
fossem queimados em praça pública.
0 comentários:
Postar um comentário