por José Luiz Rossi Junior
Pedro Cavalcant
Este trabalho avalia a evolução da produtividade industrial brasileira
— utilizando um painel de 16 setores da indústria de transformação no período 1985/97
— e o papel da abertura econômica neste processo.
Os resultados mostram que a produtividade da indústria brasileira,
seja ela medida pelo conceito de produtividade total dos fatores (PTF) ou de
produtividade do trabalho, passou por duas fases distintas: de 1985 a 1990, há
um processo de estagnação e de 1990 a 1997, a indústria passa a apresentar
significativas taxas de crescimento.
A abertura comercial, caracterizada por menores tarifas nominais e menores
taxas de proteção efetiva, exerce um efeito positivo sobre o aumento da produtividade.
Em todas as regressões do modelo — em que se utilizam técnicas de estimação em
painéis — não se pode rejeitar a hipótese de que aumentos nas barreiras
comerciais implicam menores taxas de crescimento da produtividade do trabalho e
da PTF.
Este resultado confirma a evidência internacional de que países mais
abertos crescem mais rápido e desestimularia a adoção de políticas de restrição
comercial como estratégia de desenvolvimento e de proteção à indústria nacional.
A questão da evolução da produtividade vem ganhando cada vez mais
espaço no debate econômico em razão da necessidade de os países assegurarem sua
competitividade dentro de um cenário globalizado. Países que desejam garantir seu
espaço no cenário internacional e assegurar seu crescimento econômico devem estar
atentos aos seus ganhos de produtividade.
No caso brasileiro, a questão toma maior vulto pelo fato de que, nos
últimos tempos, a produtividade observou um expressivo aumento em sua taxa de
crescimento, indicando a ocorrência de mudanças estruturais na economia como
observado por Bonelli e Fonseca (1998) e Feijó e Carvalho (1994a), embora
alguns autores como Considera (1995) e Silva et alii (1993) acreditem que este
aumento de produtividade é fruto das flutuações cíclicas da economia e não de
uma reestruturação produtiva.
Fonte: http://www.ipea.gov.br/pub/td/td0651.pdf
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