PUBLICIDADE

Nova Caxingui - Bar e Lanchonete FASUP - Faculdade Sudoeste Paulistano Nova Caxingui - Bar e Lanchonete Jooble Valente - Soluções Contábeis

9 de agosto de 2011

O uso setorial de artefatos de Contabilidade Gerencial nas grandes empresas brasileiras: Possível influência institucional.



por Adriano Zan

O racionalismo popperiano emprega que uma teoria deve ser provada ou refutada empiricamente, esta é uma das principais características de uma ciência. A escola econômica neoclássica está baseada em várias hipóteses, uma delas é quanto à eficiência dos mercados, propagada também por Fama (1970), quando afirma que os preços refletem todas as informações disponíveis no mercado. As provas quanto à cientificidade dos argumentos neoclássicos, até o presente momento, não foram conclusivas, e Samuelson (1965) utiliza provas baseadas em dados coletados arbitrariamente para sustentar este argumento.

A mesma linha crítica de raciocínio é proferida por Lucas (2003) ao afirmar que existe distância entre a Contabilidade Gerencial e a sua prática no mercado. Além disso, o mesmo autor constata que as pesquisas empíricas que validam o modelo neoclássico, principalmente em relação ao preço, são fracas e falhas em termos metodológicos.

A economia neoclássica influencia a contabilidade em todos os seus ramos, inclusive o gerencial. Vários teóricos afirmam que uma das únicas limitações sobre o uso dos artefatos da Contabilidade Gerencial é o custo versus o benefício, como pode ser visto em Anderson et al. (1989) e Horngren et al. (2004). A relação custo versus benefício parece estar baseada na suposição da existência do homo economicus, ligada à racionalidade econômica do homem, outro preceito da teoria neoclássica. No entanto, vários artefatos de Contabilidade Gerencial que obedecem o preceito neoclássico não são implantados nas organizações como esperado pela literatura.

O presente artigo busca incluir outros ingredientes à análise da prática da Contabilidade Gerencial, além dos preceitos tradicionais propagados pelo neoclassicismo. A racionalidade econômica tem servido para explicar diversos fenômenos logo, não se trata de ignorar as contribuições de tal escola, mas sim reconhecer as críticas e incorporar novas visões às práticas gerenciais. As organizações e seus agentes reagem aos estímulos institucionais, a reação é um exemplo de como fatores adversos à visão neoclássica tradicional podem alterar as práticas organizacionais.

Considerar a influência das variáveis políticas, sociais, organizacionais e econômicas é uma característica da teoria institucional. Tais variáveis são importantes também no recente desenvolvimento da contabilidade, conforme retratado por Herbert apud Most (1977) quando destaca que interdisciplinaridade, comportamento humano e relações de poder estão presentes na contabilidade contemporânea.

Os mesmos aspectos (políticos, sociais, organizacionais e econômicos) são abordados de maneira direta pela teoria institucional, tratada, entre outros, por Scott (2001). Tal teoria serviu como pilar de sustentação teorética e é discutida na revisão da bibliografia. O trabalho engloba aferir evidências empíricas sobre o uso de artefatos de Contabilidade Gerencial nas grandes empresas sob a ótica institucional.



Fonte: http://www.intercostos.org/documentos/Zan.pdf

0 comentários:

Postar um comentário