por: Carlos Anibal Nogueira Costa,
Rosiléia Milagres,
Hérica Righi
SERASA
Fundação Dom Cabral
O dinamismo de uma economia está relacionado diretamente à capacidade
do sistema financeiro de centralizar, canalizar e adiantar recursos para a
sociedade investir e consumir. Há variados fatores interligados que criam as
condições para o desenvolvimento econômico, tecnológico e social, mas o poder
dos bancos de criar moeda e a existência de um sistema de intermediação de excedentes
econômicos na forma financeira e de crédito estão entre os mais importantes
(HILFERDING, 1985).
São essas funcionalidades, específicas do sistema financeiro, que
permitem às empresas e aos consumidores prescindirem, em parte, de poupança
própria e prévia para investir em seus respectivos negócios e em novos
empreendimentos ou comprar mercadorias. Sem essa condição, o desenvolvimento
mundial estaria num estágio muito anterior ao que se encontra, pois precisaria
de se esperar pela acumulação física de excedentes econômicos para que se
pudesse realizar investimentos e o consumo pessoal acima da mera reposição do
desgaste (KEYNES, 1982).
Mas, da mesma forma que o setor financeiro é absolutamente essencial
para impulsionar a economia, ele pode potencializar eventuais instabilidades e
crises econômicas cíclicas. Se amplos segmentos de devedores perdem a condição
de honrar seus compromissos junto ao setor financeiro em razão de uma incapacidade
estrutural de pagamento, os bancos deixam de ter capacidade de realizar
empréstimos como antes, particularmente durante
fases de crises cambiais (KRUGMAN, Paul, 2001). Alguns bancos podem ficar sem
condições até mesmo de honrar obrigações junto a clientes e credores. Essa
instabilidade pode se tornar mais aguda em razão de boa parte de os ativos
dados como garantias bancárias se desvalorizar e das dificuldades de transformá-las
em liquidez imediata.
Em suma, como o arco de negócios do sistema financeiro abarca todos os
segmentos econômicos e sociais e boa parte dos credores dos bancos é composta
pelos próprios concorrentes e pelas instituições financeiras em geral
(seguradoras, fundos de pensão etc.), uma forte instabilidade no setor pode
detonar uma crise sistêmica sobre toda a economia. Desse modo, os efeitos multiplicadores
negativos criam um círculo vicioso de deterioração das condições econômicas e
sociais.
Fonte:
http://fernandonogueiracosta.files.wordpress.com/2010/08/serasa-fdb-inovacoes-no-sistema-financeiro-nacional.pdf
1 comentários:
Texto bem interessante, ou seja, compacto e objetivo
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