por Aécio Cordeiro Neves
Em concordância com seu título, o presente trabalho objetivou investigar
as razões que suportam o sucesso empresarial. Este, pode ser medido por
diversas formas numa empresa: ganhos de mercado, ampla satisfação dos clientes,
dos colaboradores, da sociedade, retorno sobre o capital investido, nível de
desenvolvimento de novos produtos.
O lucro é quase unanimemente apontado como a medida principal,
ajustando-se ao conceito de empresa e propiciando a sua continuidade de
existência. Porém, é efeito e não causa.
De forma inovadora em nosso país, buscou-se uma forma de obtenção dos
pesos relativos das variáveis que formam o lucro, como medida do sucesso
empresarial. No contexto de um mesmo segmento empresarial, o sucesso dependerá
da qualidade da gestão.
Entre as metodologias de aferição do desempenho da empresa, optou-se pelo
Balanced Scorecard (BSC), porque objetiva integrar as medições com a estratégia
gerencial, sob as perspectivas do cliente, dos processos, da aprendizagem e
capacitação dos colaboradores, e das finanças.
Após proceder-se à análise econômico-financeira de uma amostra de
empresas, do segmento de componentes para veículos automotores, constatou-se a
impossibilidade de obtenção de todas as informações de natureza gerencial,
abrangendo as quatro perspectivas antes citadas.
Mesmo com a ausência dessas informações, a análise estatística mostrou-se
coerente, classificando corretamente as empresas lucrativas com 91% de acerto.
Quanto aos pesos dos indicadores utilizados, demonstraram que a perspectiva do
cliente e em menor grau a das finanças seriam as preponderantes, o que parece
razoável, diante das poucas informações sobre a perspectiva dos processos, e
praticamente nenhuma sobre a dos colaboradores.
O período investigado foi o biênio 98-99, quando ocorreu a mudança na
política cambial. As expectativas catastróficas para a economia brasileira em
1999, após a desvalorização do real em janeiro, não se concretizaram, mas o
segmento de Autopeças e Material de Transporte apresentou uma perda de receita
líquida de 3,8% naquele ano. O conjunto das onze empresas pesquisadas, porém, apresentou
crescimento no seu faturamento de 3,9%, embora igualmente tenham tido resultado
global negativo.
As medidas de avaliação da eficácia empresarial, por meio de indicadores
associados às perspectivas do Balanced Scorecard, mostraram-se plenamente operacionalizáveis,
no plano teórico. Na aplicação prática, porém, apresentaram dificuldades por
ausência de dados relevantes sobre os colaboradores e determinados processos
internos. Pesquisas do gênero poderão apresentar resultados amplamente
satisfatórios, desde que haja maior colaboração por parte das empresas quanto
às questões referidas.
Fonte: http://www.ccontabeis.com.br/conv/t02.pdf
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