por Prof. Dr.Eliseu Martins
São várias as formas de se medir o patrimônio e o lucro de uma
empresa; desde o Custo Histórico, com base nas transações ocorridas, passando
pelo Custo Corrente, considerando a reposição dos fatores de produção sendo
consumidos, avaliando cada ativo e passivo pelo seu Valor Líquido de Realização
e chegando ao Valor Presente dos Fluxos de Caixa Futuros.
Todas elas consideram, no fundo, um único objeto: o caixa; ora o caixa
acontecido, o prestes a acontecer, o que aconteceria se ativos e passivos fossem
vendidos, o caixa esperado por transações futuras etc., cada uma das
informações válidas para uma finalidade diferente. Logo, não são modelos alternativos,
que implicam, obrigatoriamente, a eliminação ou não adoção dos demais; podem simplesmente
ser tratados como complementares.
Os únicos fatores que, no longo prazo, podem fazer divergir a
mensuração do lucro são: inflação e custo de oportunidade. E o não uso desses
dois fatores continua sendo falha imperdoável de nós, Contadores. Para o
primeiro, dispomos de metodologias simplificadas e complexas (modelo
“societário” e correção integral, por exemplo). Já para o segundo, isto é, o
custo de oportunidade, não temos sequer aplicado o Juro do Capital Próprio, e
muito menos aquela parcela relativa ao risco, apontando realmente que a
situação é mais complexa (mas não inviável – lembremo-nos do ‘banal’ EVA®).
Em suma, todo o lucro é ou implica a figura do caixa; todas as formas
de avaliação, ao final, chegam ao mesmo lucro e ao mesmo caixa, com o problema apenas
da inflação e do custo de oportunidade. Os diferentes conceitos e princípios de
avaliação patrimonial e, conseqüentemente, de lucro, são totalmente
complementares; nenhum deles possui todas as informações, utilidade e qualidade
desejadas pelos usuários. Devem ser tratados como um ajudando e complementando
o outro, e não como mutuamente excludentes.
Que tal devotarmos mais atenção e ação a esses aspectos? E em especial
à inflação e ao custo de oportunidade?
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