por Roni Bonízio,
Vinicíus Martins,
Ms. Adriano Gilioli.
Este é um manual técnico que tem
como foco principal a orientação quanto ao uso das informações do fluxo de
caixa para auxílio dos gestores de pequenas e médias empresas em suas decisões.
A Demonstração dos Fluxos de
Caixa (DCF) se diferencia das demais demonstrações contábeis porque é elaborada
sob a égide do regime de caixa. Por esse motivo a comparabilidade com as demais
demonstrações, que são elaboradas pelo regime de competência, fica prejudicada,
especialmente com a Demonstração do Resultado (DRE). Como forma de transpor
essa barreira de regime contábil faz-se necessário promover uma comparação
lúcida entre o fluxo de caixa operacional e o fluxo de lucro evidenciado na
DRE, com seus afluentes nos acrruals registrados no Balanço Patrimonial e
demais demonstrações financeiras. Dessa forma, é preciso que se realize uma conciliação
entre o resultado líquido do exercício na DRE e fluxo de caixa operacional da
DFC, intercambiando aspectos temporais basilares dos regimes de caixa e
competência.
Essas orientações não são
exaustivas, mas sim provocativas no sentido de apontar os potenciais de uso das
informações contidas no fluxo de caixa para as decisões dos gestores. Nesse
sentido, cabe ao profissional de contabilidade, conhecedor desses potenciais
informativos, identificar as necessidades de informações das decisões dos
gestores e buscar aquelas que são relevantes em cada oportunidade.
A finalidade fundamental desse
manual é impulsionar o uso das informações sobre os fluxos financeiros, mais
especificamente dos fluxos de caixa, no processo de gestão dos negócios, pois
muitas vezes o gestor, na condução de suas atividades, está atento a diversas
perspectivas do negócio: perspectiva tecnológica, humana, de mercado etc., mas
muitas vezes não está atento à perspectiva financeira e suas decisões têm
efeito nesse aspecto do negócio.
A não consideração da perspectiva
financeira das decisões tomadas pelos gestores pode levar a empresa a situações
em que ela mantenha recursos financeiros ociosos, o que representa um custo
(custo de oportunidade do capital mantido ocioso), ou situações em que a
empresa dependa de recursos emergenciais, o que também gera custos financeiros
muitas vezes incompatíveis com o retorno gerado pelos negócios. A análise e acompanhamento
das informações do fluxo de caixa permite ao gestor tomar ações presentes para
que essas situações não ocorram no futuro e, consequentemente, não ocorram
esses ônus desnecessários.
Nesse sentido, pode-se observar
um alto valor agregado para o gestor com esse serviço prestado pela
contabilidade à sua empresa, pois ele fornece informações para que ele planeje
suas ações considerando esse importante aspecto e evitando assim esses custos.
Por fim, a análise e os modelos
de relatórios não precisam (e não devem) ficar presos ao que é preconizado para
fins de divulgação externa, mas sim explorar o potencial informativo da
contabilidade sem os limites impostos pelas regras, de maneira a atender às
necessidades específicas do gestor em cada circunstância.
Resumindo, o profissional de
contabilidade, no uso da informação contábil para fins de apoio à gestão do
negócio, deve desprender-se das regras que está acostumado a seguir (forma) e
priorizar os conceitos fundamentais (essência) que sustentam as informações
contábeis e, com isso, procurar explorar o significado de cada uma delas
fornecendo subsídios relevantes para o seu usuário, o gestor.
Fonte:
0 comentários:
Postar um comentário